Negócios e Política

Energia solar se torna 15,4% da matriz elétrica do Brasil

Um novo levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) aponta um crescimento expressivo da geração de energia solar no Brasil. De acordo com a entidade, em setembro, ela se tornou 15,4% da matriz elétrica do Brasil. Neste mês, o país ultrapassou a marca de 34 GW de potência instalada de fonte solar fotovoltaica, considerando a junção de sistemas de geração própria e usinas de grande porte.

A pesquisa relata também que esse sistema de geração de eletricidade é responsável por R$ 165,4 bilhões em novos investimentos e forneceu aos cofres públicos brasileiros mais de R$ 46,9 bilhões desde 2012.

Além disso, a energia solar já gerou mais de 1 milhão de empregos para a população e impediu a emissão de 42,4 milhões de toneladas de CO2. Fazendo o recorte dos 34 GW, 23,6 foram produzidos apenas por geração distribuída. Esse montante representa R$ 119,1 bilhões em investimentos, R$ 30,5 bilhões em arrecadação e mais de 709,3 mil empregos criados desde 2012.

Já em relação às usinas de grande porte, foram 10,4 GW. São cerca de R$ 46,3 bilhões em investimentos, mais de R$ 16,4 bilhões em arrecadação do governo e 311,8 mil novas vagas de trabalho.

Produção de eletricidade por energia fotovoltaica cresce 57%

Outra pesquisa, promovida pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), demonstrou um aumento da geração de energia solar fotovoltaica, em relação ao ano passado. O boletim da entidade aponta que foram gerados 2.836 megawatts médios (MWmed) em setembro, o que representa um crescimento de 57%, em comparação com o mesmo período de 2022, quando foram produzidos 1.807 MWmed.

Entre as outras fontes geradoras de eletricidade, apenas as usinas térmicas sofreram redução (3,3%). As usinas hidrelétricas cresceram 5,2% e as eólicas, 0,1%. No total, houve um aumento de 4,4%, em relação a setembro do ano passado, com um registro de 70.935 MW médios no Sistema Interligado Nacional (SIN).

Energia solar receberá mais investimentos em 2024

No início de outubro, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, informou que mais de R$ 1 bilhão serão liberados em 2024 pelo Governo Federal para investimentos na produção de energia solar e semicondutores. O anúncio foi feito na abertura do 15º Congresso da Micro, Pequena e Média Indústria, na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), na capital paulista.

A liberação desse recurso será feita através do novo Padis (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores). O programa foi criado para promover incentivos fiscais às indústrias de componentes eletrônicos e semicondutores, para auxiliar na fabricação de dispositivos eletrônicos.

O anúncio vai de encontro com a maior demanda por energia elétrica no Brasil. No último mês, quando o país viveu recordes de temperatura, o uso de eletricidade sofreu um expressivo aumento. Isso porque, quando está calor, há uma utilização maior de sistemas de refrigeração e ventilação.

Conforme a CCEE, apenas os estados do Rio Grande do Norte e Amapá registraram queda no consumo de energia elétrica em setembro. As maiores altas aconteceram no Maranhão (21,8%), Rio de Janeiro (18,6%) e Acre (18,3%).

Com a previsão de dias cada vez mais quentes, devido à intensificação do aquecimento global, especialistas reforçam a necessidade de pensar em medidas para aumentar a geração de energia elétrica por fontes sustentáveis. A boa notícia para o planeta Terra é que o acesso à energia fotovoltaica tem se tornado cada vez mais acessível, por meio do financiamento de energia solar, por exemplo. Além disso, a procura por esse tipo de energia também aumentou, principalmente para quem deseja abaixar o valor da conta de luz.