Guarda dos Filhos no Direito de Família – Tipos e Como Funciona

A guarda dos filhos é um dos temas mais sensíveis no Direito de Família, principalmente nos casos de separação ou divórcio. A definição de com quem a criança ficará e como será a convivência com ambos os pais impacta diretamente seu bem-estar emocional e desenvolvimento.

No Brasil, a legislação prevê diferentes modalidades de guarda, sempre priorizando o melhor interesse da criança. As mais comuns são a guarda compartilhada e a guarda unilateral, cada uma com suas especificidades.

Este artigo explica os tipos de guarda previstos na lei, os critérios adotados pela Justiça para sua definição, os direitos e deveres dos pais após a separação e o processo para alterar a guarda judicialmente.

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Tipos de Guarda no Brasil

O Direito de Família estabelece diferentes modelos de guarda, buscando garantir que pais e mães continuem exercendo suas responsabilidades parentais de forma equilibrada, mesmo após o término da relação.

Guarda Compartilhada

A guarda compartilhada é o modelo prioritário no Brasil desde a Lei n.º 13.058/2014, que alterou o Código Civil para torná-la a regra geral, salvo em casos que possam comprometer o bem-estar da criança.

Nesse modelo, ambos os pais compartilham a responsabilidade sobre as decisões importantes na vida do filho, como educação, saúde e lazer. No entanto, isso não significa que a criança passará exatamente o mesmo tempo com cada genitor. A residência pode ser fixada com um dos pais, enquanto o outro exerce o direito de convivência de forma ampla.

A guarda compartilhada busca manter a presença equilibrada dos pais na vida da criança, evitando que um deles se torne apenas um visitante.

Vantagens da Guarda Compartilhada

  • Maior participação dos pais na criação e educação dos filhos.
  • Redução do impacto emocional da separação, mantendo laços afetivos fortes.
  • Decisões conjuntas, garantindo um ambiente mais estável para a criança.

Guarda Unilateral

A guarda unilateral ocorre quando apenas um dos pais detém a responsabilidade principal sobre as decisões da vida do filho. O outro genitor tem direito à convivência e deve continuar cumprindo suas obrigações financeiras e afetivas.

Esse modelo pode ser estabelecido por acordo entre os pais ou por decisão judicial, caso fique comprovado que um dos genitores não tem condições adequadas para exercer a guarda compartilhada.

Quando a Guarda Unilateral Pode Ser Aplicada?

A Justiça pode conceder a guarda unilateral em situações como:

  • Quando um dos pais não demonstra interesse ou capacidade para exercer a guarda.
  • Se houver risco ao bem-estar da criança, como casos de violência doméstica ou negligência.
  • Quando há grave dificuldade de comunicação entre os pais, tornando inviável a tomada de decisões conjuntas.

O pai ou a mãe que não detém a guarda ainda tem direitos, como a convivência regular com o filho e o acompanhamento da educação e saúde.

Como a Justiça Decide a Guarda dos Filhos?

A decisão sobre a guarda dos filhos é sempre baseada no melhor interesse da criança. O juiz analisa diversos fatores antes de determinar o modelo de guarda mais adequado, incluindo:

  • Capacidade dos pais de prover um ambiente seguro e saudável.
  • Vínculo afetivo da criança com cada um dos genitores.
  • Disponibilidade dos pais para atender às necessidades emocionais e educacionais do filho.
  • Histórico de envolvimento parental antes da separação.
  • Possíveis riscos à criança, como histórico de abuso ou negligência.

Caso haja conflitos, o juiz pode solicitar avaliações psicossociais para entender a dinâmica familiar e como a guarda impactará a criança. Além disso, dependendo da idade e maturidade, a opinião da criança pode ser considerada no processo.

Direitos e Deveres dos Pais Após a Separação

Independentemente do modelo de guarda adotado, pai e mãe continuam sendo responsáveis pela criação do filho. A separação não rompe o vínculo parental, e a legislação estabelece que ambos devem contribuir para o desenvolvimento da criança.

Deveres dos Pais

  1. Garantir o sustento e a educação do filho, cobrindo despesas com moradia, saúde e alimentação.
  2. Criar um ambiente seguro e saudável, livre de qualquer forma de violência.
  3. Manter o vínculo afetivo e a participação ativa na vida da criança.

Direitos dos Pais

  1. Direito de convivência – O genitor que não detém a guarda pode solicitar visitas regulares.
  2. Participação em decisões importantes, como questões educacionais e médicas.
  3. Possibilidade de alteração da guarda, caso haja mudança nas circunstâncias.

Alteração de Guarda Judicial no Direito de Família

A guarda dos filhos não é uma decisão definitiva e pode ser revista caso haja mudanças relevantes na situação dos pais ou da criança.

O genitor interessado pode solicitar a modificação da guarda por meio de um processo judicial, apresentando provas concretas que justifiquem a necessidade da alteração.

Motivos Para a Alteração da Guarda

  • Mudanças nas condições dos pais, como problemas de saúde ou mudança de emprego.
  • Desinteresse ou negligência do genitor que detém a guarda.
  • Dificuldades no cumprimento do direito de convivência, prejudicando o desenvolvimento da criança.
  • Pedido da própria criança, se houver maturidade suficiente para expressar sua vontade.

O juiz analisará o pedido sempre com base no bem-estar do menor, podendo solicitar laudos técnicos e pareceres especializados.

Conclusão 

A guarda dos filhos é um tema essencial no Direito de Família, que visa garantir o bem-estar da criança, independentemente da separação dos pais. A guarda compartilhada é a regra no Brasil, priorizando a participação conjunta dos pais. 

No entanto, a guarda unilateral pode ser determinada em situações específicas, sempre no melhor interesse da criança. Em caso de alteração, o processo deve ser conduzido judicialmente, respeitando os critérios legais.

Para mais informações sobre guarda dos filhos e Direito de Família, a FGA Advocacia em Catanduva - SP está à disposição para oferecer o suporte jurídico necessário.

Perguntas Frequentes sobre Guarda dos Filhos no Direito de Família

1. O que é guarda compartilhada e como ela funciona na prática?

A guarda compartilhada é um modelo no qual ambos os pais têm responsabilidades conjuntas sobre as decisões importantes na vida da criança, como educação, saúde e lazer. Isso não significa que o tempo de convivência será dividido igualmente, mas sim que os pais devem compartilhar a criação e manter uma participação ativa na vida do filho.

2. Em quais casos a guarda unilateral pode ser concedida?

A guarda unilateral é concedida quando um dos pais não tem condições de exercer a guarda compartilhada de maneira saudável para a criança. Isso pode ocorrer em casos de negligência, abandono, violência doméstica ou quando um dos genitores demonstra desinteresse em participar da vida do filho.

3. O que a Justiça considera ao decidir a guarda dos filhos?

O principal critério adotado pela Justiça é o melhor interesse da criança. Para isso, são analisados fatores como o vínculo afetivo entre pais e filhos, a disponibilidade dos pais, a estabilidade emocional e financeira de cada um, além de possíveis riscos ao bem-estar da criança, como histórico de abuso ou negligência.

4. É possível modificar a guarda depois da decisão judicial?

Sim, a guarda dos filhos pode ser alterada judicialmente caso haja mudanças nas circunstâncias que motivaram a decisão inicial. O genitor interessado deve entrar com uma ação de modificação de guarda e apresentar provas que justifiquem a necessidade da mudança, sempre priorizando o melhor interesse da criança.

5. O genitor que não tem a guarda ainda tem direitos sobre a criança?

Sim. Mesmo que um dos pais não tenha a guarda, ele continua tendo o direito de convivência com a criança, podendo visitar e participar de sua vida. Além disso, pode acompanhar e opinar sobre questões importantes, como educação e saúde. Esse direito só pode ser restringido se houver risco ao bem-estar da criança.

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