Beleza e Saúde

Terapias alternativas podem ajudar a diminuir sintomas da menopausa

Atividades como pilates, suplementação e acupuntura podem aliviar os sinais. 


Os sintomas da menopausa podem variar de acordo com a idade e as características de cada mulher. No entanto, especialistas de diferentes áreas da saúde concordam que terapias alternativas são opções viáveis para aliviar as queixas mais comuns.

O período de menopausa é caracterizado pela redução na produção de estrogênio, hormônio que atua na regulação do ciclo menstrual. O Ministério da Saúde divide esse momento, que acontece entre os 40 e 65 anos, em três fases: pré-menopausa, perimenopausa e pós-menopausa.

Na pré-menopausa, que geralmente começa após os 40 anos, as mulheres podem perceber mudanças sutis no corpo e no humor. Já na perimenopausa, que se inicia cerca de dois anos antes da última menstruação, os ciclos tornam-se irregulares e podem surgir sintomas como ondas de calor e suores noturnos. A pós-menopausa começa um ano após a última menstruação, marcando o fim do ciclo reprodutivo.

Exercícios de alongamento, meditação e práticas de acupuntura podem ser benéficos durante a menopausa. As atividades ajudam a reduzir o estresse, melhorar a qualidade do sono e aliviar dores no corpo.

Estudos destacam os benefícios da suplementação

A importância da suplementação com aminoácidos após a menopausa foi estudada pela pesquisadora Gillian Dolinski. Em artigo publicado pela Revista FT, ela destaca os benefícios da prática para a saúde da pele e a manutenção da massa muscular.

Durante a menopausa, é comum que as mulheres enfrentem a perda de massa óssea e muscular. A função da creatina monohidratada nesse aspecto também tem sido estudada, já que ela também tem o potencial de aumentar a massa muscular.

A creatina monohidratada é a forma mais pura e comum do suplemento. Embora esteja presente em alimentos cotidianos, como carne vermelha e peixes, pode ser difícil atingir a quantidade necessária apenas por meio da dieta.

Uma análise publicada pela International Society of Sports Nutrition indica que a suplementação de creatina deve variar entre 3 e 5 gramas por dia. No entanto, é preciso consultar um profissional de saúde para ajustar a dosagem, de acordo com as necessidades individuais.

Outro estudo, divulgado em 2023 no European Journal of Nutrition, revelou que a ingestão de magnésio também pode ser benéfico para mulheres na menopausa. Nas orientações sobre como usar o magnésio dimalato, os pesquisadores Khawlah Alateeq, Erin I. Walsh e Nicolas Cherbuin recomendam uma ingestão diária de 550 miligramas. 

O magnésio é responsável por regular a produção de hormônios, em particular daqueles que garantem a manutenção das células ósseas. Alimentos como nozes, amêndoas e sementes de abóbora e girassol contêm o mineral. 

Pilates é o exercício mais indicado

Os exercícios físicos são uma recomendação frequente para as mulheres que estão na menopausa. Diferentes estudos apontam o pilates como uma das modalidades mais benéficas.

A instituição americana NCBI já havia demonstrado que um programa de pilates com duração de apenas oito semanas pode ter efeitos positivos nos sintomas da menopausa, em 2016. Desde então, outros estudos têm sido realizados. 

Em julho deste ano, uma pesquisa publicada no Menopause: The Journal of The North American Menopause Society apontou que a prática regular de pilates pode reduzir a intensidade das ondas de calor em até 55% e melhorar a qualidade do sono.

A fisioterapeuta Taísa de Brito Paula, que atua como instrutora de pilates, explica que a atividade pode auxiliar no relaxamento. “Fazer pilates por 30 minutos por dia pode aumentar os níveis de serotonina, que é o hormônio da felicidade, e também ajuda a relaxar”, destacou em entrevista à imprensa. 

Técnicas da medicina chinesa podem ajudar

Durante a menopausa, também são comuns sintomas emocionais, como estresse, ansiedade e insônia. Técnicas como acupuntura, auriculoterapia e moxabustão são métodos antigos da medicina chinesa que podem servir como alternativa no tratamento dessas queixas. 

Pesquisa de 2023, realizada na Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade Federal de Jataí, analisou a eficiência dessas técnicas. O estudo envolveu cinco mulheres, com idades entre 40 e 60 anos, que participaram de doze sessões semanais ao longo de três meses.

O estudo concluiu que muitos dos sintomas descritos por elas estavam relacionados ao estado emocional. Com a utilização das técnicas no dia a dia, houve melhora das queixas de insônia, cansaço e dores no corpo. 

Sintomas são diferentes para cada mulher

A menopausa é uma fase de grandes mudanças, e os sintomas podem variar de uma pessoa para outra. Pesquisa realizada pela Phenology analisou os relatos de mais de 30 mil mulheres para entender suas experiências durante esse momento.

Os dados revelaram mais de 15 mil combinações únicas de sintomas entre as participantes. Entre as mulheres na pós-menopausa tardia, após os 55 anos, 77% relatam “névoas” mentais ou confusão, enquanto 70% das mulheres na fase inicial da perimenopausa, antes dos 40 anos, experimentam sintomas semelhantes.

Também foi observado que os desafios da menopausa não acabam após a última menstruação. Os sintomas sexuais, como baixa libido e secura vaginal, atingem seu pico na pós-menopausa. Mais de 60% das mulheres relataram baixa libido, e 52% notaram secura vaginal, o que pode causar dor durante as relações sexuais.