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Profissionais de cibersegurança também terão que entender de IA

Cibercriminosos podem usar a tecnologia para desenvolver ataques mais rápidos e sofisticados.

O uso da Inteligência Artificial (IA) tem se tornado cada vez mais comum por organizações públicas e privadas das áreas de saúde, educação, finanças, entretenimento, entre outras. A realidade é observada no Brasil e no mundo. De acordo com o levantamento realizado pela Microsoft e pela Edelman Comunicação, 74% das micro, pequenas e médias empresas do país utilizam essa tecnologia em processos e operações.

Paralelamente à adesão da IA pelas empresas, é preciso reforçar a segurança cibernética. Afinal, a tecnologia também pode ser usada por cibercriminosos, possibilitando crimes virtuais cada vez mais elaborados. Segundo pesquisa realizada pela CrowdStrike, o tempo médio de invasão, também conhecido como breakout time, já chega a 62 minutos.

Proteger os dados das empresas contra violações de privacidade tem sido prioridade no país. Aprovada em 2018, pelo Decreto nº 9.637, a Política Nacional de Segurança da Informação (PNSI) dispõe sobre segurança cibernética e proteção de dados organizacionais. 

Ainda assim, o levantamento realizado pela Fortinet, empresa de soluções em segurança, registrou que apenas no primeiro semestre de 2022 foram constatadas 31,5 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos às empresas, um crescimento de 94% quando comparado ao mesmo período do ano anterior.

Especialização na área é uma oportunidade para profissionais

Investir em cursos de cibersegurança pode ser uma oportunidade para quem se interessa pela área de tecnologia. Diante da maior preocupação das organizações em fortalecer os sistemas de segurança internos, a demanda por profissionais especializados tende a crescer no Brasil e no mundo.

Segundo pesquisa realizada pela empresa de recrutamento e recursos humanos, Randstad, a Inteligência Artificial tem sido o principal tema de aprendizado para 45% dos brasileiros. O índice está acima da média global, o que ressalta o Brasil como entusiasta da tecnologia.

O país também apresenta potencial de geração de empregos na área da cibersegurança, visto que a demanda por profissionais qualificados deve ser ampliada nos próximos anos. A consultoria IDC estima que sejam abertas mais de 140 mil vagas para profissionais da área.

Para quem tem interesse em ingressar ou fazer a transição de carreira, realizar um teste vocacional pode ajudar a identificar a compatibilidade entre as habilidades e as aptidões exigidas pela profissão.

Brasil é o principal alvo de ciberataques na América Latina

A possibilidade da Inteligência Artificial (IA) aprimorar e sofisticar os ciberataques já conhecidos, como os malwares e o phishing, é uma ameaça real, visto que a criação de códigos maliciosos acontece com maior velocidade e eficiência por meio da tecnologia. 

No caso dos malwares, o uso da IA facilita que eles aprendam com o ambiente que estão operando, através da coleta de padrões de comportamento dos usuários, dados sobre as suas defesas atuais e configurações de rede. Assim, tendem a ser mais difíceis de serem detectados por sistemas de segurança.

Segundo o relatório da Netscout, o investimento em tecnologia de cibersegurança no Brasil  ainda é considerado baixo, correspondendo a 10% dos recursos totais investidos em tecnologia. Já em outros países, o percentual varia entre 25% e 30%. Por isso, o país é o principal alvo de ataques cibernéticos da América Latina.

Entretanto, a temática já vem sendo discutida pela Comissão Temporária Interna sobre Inteligência Artificial no Brasil (CTIA) do Senado. Os representantes e os especialistas em segurança cibernética debatem o uso da IA no cibercrime e as adaptações necessárias no sistema de justiça criminal. 

Apesar de oferecer risco ao ser utilizada por mãos erradas, a IA também pode ser uma aliada da segurança de dados, ajudando a aumentar a eficiência das operações, através do aprimoramento de soluções de defesa.

Os sistemas são capazes de identificar ameaças que passam despercebidas pelos métodos tradicionais de segurança, analisando uma grande quantidade de dados em tempo real e dando respostas mais rápidas e eficientes. Os algoritmos conseguem identificar possíveis vulnerabilidades e reforçar os sistemas de segurança antes de serem explorados por cibercriminosos.